VADIAGEM
Na aragem do entardecer
as pipas vadeiam nos ares
em estado de crepúsculo.
No remanso da penumbra
os gorjeios dos pássaros-pipas
alumbram os estados d’alma.
As mãos-pipas dos meninos
desenham nas páginas do vento
seu estado de alegria em flor.
No arco da curva do vento
as pipas rodopiam sua dança marota
em estado brejeiro de poesia.
Miguel Almir
CAMPESTRE
É preciso esverderjar-se.
Aprender da candura das flores
da incisividade dos espinhos.
Lampejar vagalumes.
Inusitar os campos de árvores cúrvicas.
Levitar sobre as sendas de grãos fecundas.
Trilhar os vãos
da poesia.
Se jogar da folha como o orvalho
que deslizante pelo caule
encontra a raiz
e volta disfarçada
de seiva
pra reverdejar...
Weslley Moreira de Almeida